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Clientes de fintechs relatam problemas nas operações com o auxílio emergencial

Lentidão no sistema da Caixa Econômica Federal, responsável pela distribuição do auxílio emergencial, teria causado problemas para o Nubank e o PicPay

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
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  • Quando a Caixa lançou o calendário de pagamentos da segunda parcela do auxílio emergencial, a instituição impôs uma carência para que as pessoas pudessem transferir o dinheiro da conta digital aberta para esse propósito para uma outra conta bancária ou de pagamentos;
  • Como forma de contornar isso, algumas fintechs, como o Nubank, o PicPay e o Mercado Pago, passaram a divulgar que, por meio deles, é possível “antecipar” o dinheiro do auxílio emergencial, sem precisar esperar o prazo imposto pela Caixa para o saque ou transferência do montante;

Lentidão no sistema da Caixa Econômica Federal, responsável pela distribuição do auxílio emergencial do governo federal, teria causado problemas com clientes de fintechs como Nubank e PicPay, segundo o site Tecmundo e o jornal O Estado de S.Paulo.

Quando a Caixa lançou o calendário de pagamentos da segunda parcela do auxílio emergencial, a instituição impôs uma carência para que as pessoas pudessem transferir o dinheiro da conta digital aberta para esse propósito para uma outra conta bancária ou de pagamentos.

Especialistas dizem que isso foi necessário porque o sistema da Caixa não está dando conta da demanda. Em alguns dias o aplicativo feito para o atendimento dos beneficiários do auxílio emergencial, chamado de Caixa Tem, chega a receber 500 mil usuários por hora, o que gera uma “fila online” que leva horas e horas.

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Como forma de contornar isso, algumas fintechs, como o Nubank, o PicPay e o Mercado Pago, passaram a divulgar que, por meio deles, é possível “antecipar” o dinheiro do auxílio emergencial, sem precisar esperar o prazo imposto pela Caixa para o saque ou transferência do montante.

Isso é feito por meio de operações que, na verdade, são operações de pagamento: boleto bancário ou compra em cartão de débito. Como o aplicativo do banco estatal permite que o usuário use o dinheiro para compras e pagamentos, acaba permitindo também esse tipo de operação que acaba que serve como uma alternativa de transferência do benefício para contas de fintechs.

Nesta semana, com a liberação de uma nova parcela do auxílio, no entanto, a lentidão do sistema da Caixa causou uma série de erros. No caso do PicPay, várias operações de pagamento via boleto bancário e também a transferência do dinheiro da conta do PicPay para outros bancos não forma concluídas ou ainda apareceram como “canceladas” um tempo depois.

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Ao Tecmundo a fintech informou que o problema ocorreu ao longo da terça-feira, e recomendou que os clientes tentassem fazer a operação novamente. Em alguns casos, porém, o dinheiro aparece como debitado da conta da Caixa, mas não chegou na conta da fintech. Neste caso, o PicPay pede que os clientes peçam o estorno à Caixa.

No caso do Nubank, os clientes usaram as redes sociais para reclamar que uma quantia de R$ 500 tinha sido descontada de suas contas. Segundo o Estadão, durante a noite, de terça-feira, os clientes receberam um pedido de desculpas e os valores foram devolvidos às contas. Na manhã desta quarta, a startup emitiu posicionamento sobre o problema: “Entre 15 de abril e 10 de junho de 2020, parte dos clientes do Nubank que realizou o pagamento de boletos por meio da Caixa Econômica Federal recebeu em sua conta digital uma quantia superior ao valor correto. O erro ocorreu devido a uma falha no sistema da própria CEF”, diz a nota enviada ao jornal.

Segundo as reclamações dos clientes, porém, a devolução dos valores passou a afetar clientes que não receberam dinheiro extra. Segundo o Estadão, a Caixa Econômica Federal ainda não sabe precisar qual a origem do problema.