Tecnologia

Com fatia de 51%, 4G se torna a principal tecnologia móvel na América Latina, segundo GSMA

Enquanto cresce o número de conexões 5G, organização estima que rede 4G será a tecnologia dominante na região, chegando a ocupar 67% de participação até 2025

O 5G possui 17,7 milhões de conexões em todo o mundo, enquanto a conexão 3G levou 11 trimestres para atingir o mesmo nível. Foto: Shutterstock
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Adiado para o primeiro semestre de 2021, o leilão das frequências para a instalação da rede 5G no Brasil, que vem sendo considerado o maior no mundo, será decisivo para a oferta da tecnologia na América Latina. 

Mas de acordo com dados da GSMA, mesmo com os recentes avanços do lançamento experimental da rede 5G por algumas operadoras comerciais e a realização de diversos testes na região, quem promete pavimentar o caminho da conectividade na América Latina pelos próximos anos, ainda é o 4G.

“Prevemos que o 4G ainda será a tecnologia dominante por muitos anos, coexistindo com o número crescente de conexões 5G”, estima Alejandro Adamowicz, diretor de tecnologia e engajamento estratégico para a América Latina na GSMA. “Em 2025, a participação do 4G aumentará para 67% do total de conexões, impulsionada pelo número crescente de smartphones, cuja adoção vai atingir 79% em 2025, contra 69% em 2019.”

De acordo com o especialista, a América Latina é uma das principais regiões em termos de crescimento de tráfego, impulsionada por aplicativos de vídeo e redes sociais. “O tráfego das redes móveis cresce em média 50% ao ano e, em alguns países, dobra a cada 12 meses,” ressalta.

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Com a previsão de injetar US$ 90 bilhões no PIB da região em 10 anos, segundo a GSMA Intelligence, por meio de ganhos de produtividade, novos produtos e serviços e exportações de base tecnológica, a rede 5G promete atualizar o cenário digital latino-americano, seja com mais velocidade para o usuário final, ou com maior adesão dos setores empresarial e governamental, desenvolvendo o que se denomina de “aplicações verticais” em áreas como manufatura digital, óleo & gás, smart grid, mineração, saúde, transporte e smart cities. Para a GSMA, será nesse tipo de aplicação que o 5G desempenhará um papel mais protagonista nos primeiros anos.

“O verdadeiro impacto transformador do 5G na vida dos usuários finais virá de uma variedade de aplicativos que o 5G irá alavancar, e que será entregue por meio de um modelo de negócios B2B2C: Operadores que vendem serviços para empresas que os transformarão em benefícios tangíveis para as pessoas.”

Alejandro Adamowicz, Diretor de Tecnologia e Engajamento Estratégico para a América Latina na GSMA. Foto: Divulgação

No Brasil, enquanto o edital de licitação das frequências 5G não ocorre, as principais operadoras do país anunciaram suas redes comerciais, utilizando o compartilhamento dinâmico de espectro (DSS), uma tecnologia que permite conexões 5G em bandas de frequência já usadas por redes 4G, 3G e 2G, dispensando a necessidade de mais espectro. 

A TIM, que já tinha anunciado o serviço para três cidades em setembro, adiou o lançamento para outubro, sem maiores detalhes quanto a datas de ativação. Já a Oi, estreou na última semana sua primeira operação comercial de internet móvel 5G, em Brasília. Claro e Vivo começaram a ativar a tecnologia em São Paulo, Rio de Janeiro e outras capitais desde julho. 

Além das operadoras, quem também tem intenção de surfar a onda do entusiasmo dos consumidores em torno das redes 5G é a Apple. Anunciado na terça-feira, 13, todos os modelos do novo iPhone 12 nos Estados Unidos vão, segundo a empresa, suportar 5G de ondas milimétricas, a variante mais rápida da tecnologia, bem como bandas de baixa frequência. 

Fora do país, no entanto, os novos aparelhos não terão compatibilidade com ondas milimétricas; e no Brasil, assim como em outros países, os modelos vão suportar apenas versões 5G de baixa frequência.

Depois de sucessivos adiamentos, o leilão do 5G ainda não tem regras definidas e caberá ao presidente Jair Bolsonaro dar a palavra final sobre a participação ou não da chinesa Huawei no processo. De acordo com informações da agência de notícias Bloomberg, via Infomoney, Bolsonaro está considerando proibir a chinesa de fornecer componentes para a futura rede no Brasil porque vê a China como ameaça global à privacidade dos dados, segundo um alto integrante do governo que não está autorizado a falar no assunto publicamente.