Tecnologia

Dric Code: startup brasileira cria código bidimensional que armazena até 20 mil arquivos

Com criptografia embarcada, Dric Code pode ser impresso em qualquer superfície plana e, com arquivo de menos de 100 KB, consegue armazenar até 2,1 GB

Ricardo Fioravante, Rafael Sarmento, Alexandre Motta e Rodrigo Lisboa, fundadores da Dric. Foto: Dric/Divulgação
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A demanda crescente por dados e os padrões de segurança e privacidade cada vez mais elevados colocam os processos de geração, transmissão e armazenamento de informação como um dos grandes desafios tecnológicos dos próximos anos. Vislumbrando esse mercado potencial, a startup brasileira Dric desenvolveu um código bidimensional que armazena e transmite qualquer tipo de dado digital – vídeos, músicas, fotos, PDFs, arquivos de texto, arquivos zip, entre outros. 

Pensado como um produto B2B, para atender a demanda de empresas que precisam de uma tecnologia mais acessível e rápida para armazenar e transmitir um grande volume de dados com segurança, o Dric Code é um código bidimensional de pouco mais de 5 centímetros quadrados que pode ser impresso em qualquer superfície plana, como uma folha de papel ou uma lâmina de plástico. Com um arquivo de menos de 100 KB, o código consegue armazenar até 2,1 GB.

Dric code. Imagem: Dric/Divulgação

Em conversa com o LABS, Ricardo Fioravante, fundador e CEO da Dric, e Rafael Sarmento, CTO da startup, explicaram que o Dric Code é como uma representação visual de um arquivo. A premissa é algo parecida com a de um QR Code, mas com uma capacidade de armazenamento muito superior – enquanto um QR Code consegue armazenar cerca de 120 caracteres, o Dric Code é capaz de guardar 2 bilhões.

“O Dric Code é uma tecnologia única, que melhora a performance e disponibilidade de arquivos em até 50 vezes. A nossa tecnologia também prevê no futuro o armazenamento e acesso sem precedentes de grandes quantidades de dados por meio de papel, vidro, filme ou qualquer outra superfície imprimível”, disse Sarmento.

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Para garantir a segurança do processo de codificação, transmissão e decodificação, o Dric Code tem criptografia embarcada e só pode ser lido com a tecnologia da própria Dric, ou seja, o produto incluí o codificador e o decodificador. É possível criar um Dric Code de qualquer computador. Já para decodificar e acessar os arquivos contidos no código, basta efetuar a leitura com um celular com o app da startup instalado. A decodificação é praticamente instantânea.

O ponto forte do código é que ele comporta até 20 mil arquivos, sem perder o formato original, e é possível restringir o acesso a uma pessoa, email, número de telefone ou dispositivo.

Sarmento explicou que o Dric Code pode ser utilizado para a entrega de conteúdo em diversos segmentos, como as áreas de conversão e armazenamento de documentos em nuvem, pagamentos digitais, tráfego de dados, conteúdo de entretenimento, livros e conteúdo educacional. A área de educação é, inclusive, uma das grandes apostas da startup, já que a tecnologia permitiria que o material didático fosse armazenado e acessado em um Dric Code. 

Recentemente, a Dric recebeu um um investimento de US$ 3,5 milhões da FJ Labs, com participação de outros investidores anjos, como Alec Oxenford (cofundador do Arremate.com, da OLX e da Letgo), que também é sócio e membro do conselho da Dric. Segundo a startup, a empresa viu sua valuation passar de R$ 400 mil para US$ 20 milhões. 

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Fioravante, que idealizou o Dric Code durante uma madrugada insone, contou que o investimento será usado para ampliar a capacidade de pesquisa e desenvolvimento e reforçar a linha de negócios da empresa, que planeja, no futuro, ampliar sua presença no mercado dos Estados Unidos, onde é representada por Marco Scabia, sócio e country manager, e explorar mercados na Europa. 

Por enquanto, a tecnologia da Dric ainda não está disponível para o consumidor final. A empresa está desenvolvendo o modelo de negócios e prospectando clientes em áreas diversas, desde telefônicas e farmacêuticas até entidades dos governos federal e estadual. A expectativa é de que em 2022 já existam produtos disponíveis para o mercado.