- Um grande aliado do Globoplay foi o reality show Big Brother Brasil, que desde o ano passado bate recordes de audiência e tem engajado cada vez mais as redes sociais do país;
- A maior emissora do Brasil, Grupo Globo, tem investido nos originais do Globoplay;
- O Star Plus, da Disney, será lançado em 31 de agosto.
Quando foi criado em 2015, o Globoplay era um catch up do que passava na tevê aberta (o assinante de TV a cabo podia assistir aos conteúdos originalmente transmitidos dentro da grade sem pagar nada a mais por isso). Em 2017 e 2018, o serviço passou por mudanças, e em 2019 a Globo nomeou um novo diretor, Erick Bretas, para comandar o streaming.
“Naquele momento, a estratégia passou a ser focada em conteúdo nacional. Antes, a gente tinha uma SVOD muito voltada para conteúdo internacional”, comentou Ana Carolina Lima, head de conteúdo no Globoplay, durante evento do Dia do Streaming da Roku.
Desde então, a maior emissora do Brasil vem investindo pesado no Globoplay. A empresa não divulga números de assinaturas, mas diz ao LABS que a mudança fez o Globoplay aumentar sua base de assinantes em 374% no primeiro trimestre de 2021 em relação ao mesmo período em 2019.
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Como a guerra do streaming cruzou continentes e a América Latina é o mais novo campo de batalha, redes de televisão estabelecidas da região, como a própria Globo e a mexicana Televisa, se viram obrigadas a usar suas famosas novelas para o streaming.
“O Globoplay se modificou muito. Acho que esse movimento de focar em conteúdo nacional foi muito lógico, porque a Globo tem um grande estúdio, tem a TV aberta parceira na grande maioria das ações. Hoje, o Globoplay tem oferta de conteúdo próprio com produtoras independentes, jornalismo, esporte e entretenimento dos estúdios Globo”.
Um grande aliado do Globoplay foi o reality show Big Brother Brasil, que desde o ano passado bateu recordes de audiência e cada vez mais tem engajado as pessoas nas redes sociais. “Acabou o BBB e começou o No Limite (reality show gravado), então temos essa junção de plataforma SVOD (paga) com a AVOD (suportada por anúncios). O conteúdo local é muito importante porque o consumidor se enxerga naquele conteúdo, conhece o elenco.”
Atualmente, o Globoplay possui um pacote com canais ao vivo, que inclui conteúdo infantil, novelas e esportes ao vivo. Algo semelhante ao que a Paramount Plus, da ViacomCBS, tem nos EUA.
O serviço diz ter mais de 200 milhões de horas de consumo por mês. Mas o Globoplay não abriu mão do conteúdo internacional e continua com contratos exclusivos com distribuidores nesse sentido. “A ideia é juntar esse conteúdo (com o nacional) para que o consumidor diga o que quer ver. Temos tido um retorno maravilhoso do conteúdo nacional na plataforma, mesmo em tempos de pandemia em que a produção é um desafio”, comenta.
Enquanto isso, as empresas estrangeiras expandem na região. A Disney anunciou que seu novo serviço de streaming para a América Latina, Star Plus, será lançado em 31 de agosto.
Segundo Juliana Oliveira, líder de parcerias estratégicas na América Latina para o Disney Plus, na Europa, o Star faz parte do Disney Plus. “Então nós tivemos um acréscimo de preço e as pessoas podem ter acesso aos conteúdos mais adultos do Star pelo Disney Plus”, explica.
Já na América Latina, a estratégia da Disney foi diferente. “A gente acredita que o conteúdo é tão forte que justifica um aplicativo separado”.
O Star Plus terá filmes, séries, animações adultas (como Os Simpsons) e esportes. “Não temos esportes no Star da Europa. A gente sabe como esporte é forte para o brasileiro, especialmente o futebol”.
Com a ESPN, o Star Plus pretende oferecer conteúdos adicionais. O Star Plus também contará com produções originais da América Latina.