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Latino-americanos estão mais seletivos e reduzem assinaturas de streaming

Com a redução das restrições pandêmicas, latino-americanos se tornam mais seletivos sobre quais assinaturas manter; conteúdo é fator decisivo nessa escolha

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Foto: Shutterstock
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O streaming foi um dos setores com maior aceleração na América Latina desde que a pandemia de COVID-19 começou. Com as restrições sociais impostas e um contingente gigantesco de pessoas isoladas em suas casas, em 2020 e nos primeiros meses de 2021, plataformas como Netflix e Amazon Prime viram sua base de usuários crescer como nunca, e novas plataformas chegaram na região surfando essa onda, como Disney Plus, HBO Max , Paramount Plus e, mais recentemente, Discovery Plus

Nos últimos meses, no entanto, o ritmo de chegada de novos usuários tem desacelerado. Para tentar entender o impacto que o afrouxamento das medidas de restrição e a retomada das atividades sobre o comportamento de consumo de serviços de streaming na América Latina, a Sherlock Communications ouviu consumidores da Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México e Peru.

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Embora apenas 35% dos entrevistados tenha afirmado que o tempo gasto em plataformas de streaming vai diminuir um pouco ou muito, a grande maioria (64%) garantiu que “o novo normal” não vai alterar significativamente a maneira como consomem esses serviços. No Brasil, 29% planejam reduzir o tempo gasto assistindo a conteúdo em streaming.

Mas há mudanças de comportamento de consumo, especialmente em relação às assinaturas que serão mantidas diante de tantas opções. “Os dados sugerem que as pessoas na América Latina ainda estão utilizando streaming, mas podem estar refinando suas preferências”, diz o relatório.

Traduzindo em números: em 2021, 30% dos entrevistados disse assinar apenas uma plataforma (em 2020, essa fatia era de 22%); 29% assina duas (contra 33% no ano passado), e 19% paga por três serviços (no ao passado, era 32%). Apenas 12% dos entrevistados atualmente paga por mais de três plataformas.

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No Brasil, 81% dos entrevistados disseram ter atualmente entre um e quatro serviços de streaming e 13% disseram não ter nenhum – o país tem inclusive a maior proporção de pessoas que não assinam nenhum streaming; em 2020, 7% não pagavam por nenhum serviço do tipo. 

A pesquisa procurou ouvir os entrevistados sobre os motivos para reduzir o número de assinaturas: o aumento do valor da assinatura foi de longe a maior razão da mudança de comportamento no consumo de streaming – regionalmente, 57% disseram que isso seria um fator decisivo para cancelar a assinatura.

Fonte: Relatório de Consumo de Streaming na América Latina 2021/Sherlock Communications

Em seguida, a retirada de programas das plataformas apareceu como motivo para cancelamento de assinaturas para 38% dos entrevistados. Apenas 14% disse que a reabertura de outras opções de entretenimento provavelmente afetaria sua decisão de cancelar a assinatura de serviços de streaming

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Novas assinaturas

E o que faria os latino-americanos fazer uma nova assinatura de streaming, diante do considerável aumento de opções disponíveis? Conteúdo, simples assim – 63% dos entrevistados afirmou que o catálogo de lançamentos, disponíveis o mais rápido possível, é fator decisivo para a escolha de uma nova assinatura.

Da mesma forma, 52% dos latino-americanos escolhe seus serviços de streaming com base na disponibilidade de novas temporadas de seus programas preferidos; e 32% valorizam as produções originais e locais, na língua local.