Libra, a criptomoeda do Facebook, foi um dos principais assuntos da Money20/20, o maior evento de tecnologia e finanças do mundo realizado em Las Vegas, nos Estados Unidos. Mesmo após a saída do PayPal e outros parceiros originais da ideia, lançada em junho deste ano, o líder do projeto, David Marcus, subiu ao palco principal da Money20/20 para explicar porque o Facebook não desistiu da ideia e quais são as intenções da big tech com a Libra.
“As pessoas não precisam usar a Libra se não for bom para elas. Nossa confiança é que elas usarão, pois provaremos que nosso compromisso não será momentâneo e sim a longo prazo. (…) E seremos bons em manter esse compromisso”, disse ele. Marcus também afirmou que “não acredita que a Libra será a melhor carteira digital do mundo”, e que isso dependerá do serviço que o consumidor procura.
LEIA TAMBÉM: O unicórnio argentino MercadoLibre oficializa saída da Libra Association
Com a quantidade de serviços de pagamento e transferências financeiras existentes nos dias de hoje, muitos questionam a efetividade da Libra e qual é o real valor da ferramenta para o público – a ausência de bancos na leva inicial de parceiros também fez o projeto ser questionado. Marcus deixou claro que o Facebook conversou com vários bancos e muitos deles se mostraram interessados.
“Devido ao ambiente natural do negócio deles, que é super regulado, é normal eles esperarem para que sejamos algo mais estruturado. Acredito que em um futuro próximo eles entrarão, assim que esses problemas forem esclarecidos”, disse.
Assunto há anos no mercado, o blockchain também foi abordado por Marcus, que acredita não existir outra receita para transações financeiras atualmente. “Se você quer mudar o jeito de usarmos dinheiro e fazer isso de uma forma segura, blockchain é o caminho. Queremos que a rede da Libra seja segura e ao mesmo tempo que seja aberta para todos os players terem acesso às ferramentas – e o blockchain também permite isso”, disse. No fim da apresentação, Marcus deu um exemplo de como a rapidez do Libra, aliado ao comportamento dos consumidores, pode trazer uma mudança grande ao mercado.
LEIA TAMBÉM: Uber tem uma nova equipe dedicada a produtos e serviços financeiros
“Hoje, a maior parte das pessoas faz uma transferência bancária internacional em um banco físico, envia a foto do comprovante para alguém via WhatsApp ou Messenger e somente três dias depois tem a confirmação disso. Isso é muito perigoso, fisicamente. Seria muito melhor se na mesma mensagem pudéssemos mandar a foto e também o dinheiro, tudo em tempo real. Esse é nossa proposta”, disse.
Marcus também confirmou que atualmente o negócio da Libra é mais focado e adaptado para o mercado cross-border – transferências entre países –, mas que nos EUA as transferências e pagamentos locais estão evoluindo dentro da companhia.