- Classe média (B2 e C) representa 62,7% do público de jogos eletrônicos no Brasil. População da base da pirâmide (classes D e E) representa 11,6% dos jogadores no país, atrás da classe A (13,5%);
- Smartphone mantém sua hegemonia entre as plataformas favoritas para jogar, liderando o ranking com 48,3% da preferência do público;
- Negros prevalecem como maioria étnica entre os jogadores (com 49,4% na soma entre pardos e pretos), seguidos por jogadores que se identificam como brancos (com 46,6%);
- Em painel inédito, estudo também aponta que 49,2% dos jogadores sabem o que é NFT e 63,8% já ouviram falar em metaverso.
A 9ª edição da Pesquisa Game Brasil (PGB), um levantamento anual da Go Gamers/Sioux Group, em parceria com Blend New Research e a faculdade ESPM, mostra que 74,5% (ou 3 em cada 4 brasileiros) jogam jogos eletrônicos – um crescimento de 2,5 pontos percentuais em relação ao ano anterior e a maior marca histórica da pesquisa. O smartphone é a plataforma preferida, o que também explica porque as fatias das classes C e D vêm ganhando espaço nessa indústria nos últimos anos, representando mais da metade dos jogadores em 2022. Os dados da nova edição da PGB também indicam que não só o futuro mas o presente da indústria de games no Brasil é móvel, feminino e negro.
Assim como em anos anteriores, dados da PGB mostram um crescimento de 6,7 pontos percentuais na escolha do smartphone como plataforma favorita dos jogadores brasileiros: 48,3% deles jogando olhando para o celular. Computadores (desktops e notebooks) e consoles ficam em segundo e terceiro lugar, com 23,3% e 20% da preferência dos gamers brasileiros, respectivamente.
É no celular também que os jogadores brasileiros passam mais tempo. Quem joga diariamente faz isso, principalmente, no smartphone (33,2%). Computadores e consoles só se destacam quando o período de jogo é maior (uma a três horas seguidas). Os gamers brasileiros também estão cada vez mais acostumados a jogar online: 36,9% joga diariamente online e 28,7% joga online entre três a seis dias da semana.
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No Brasil, o smartphone também representa acesso aos jogos eletrônicos. É por causa da maior penetração do dispositivo e da Internet móvel que mais brasileiros estão descobrindo os games como entretenimento. A maioria dos jogadores (62,7%) no país é de classe média (B2, C1 e C2). Pessoas de classe média alta (B1) representam 12,3% do público, perdendo apenas para a classe A (13,5%) e pela base da pirâmide (classes D e E), com 11,6%.

Em termos de renda, 29,1% dos jogadores possui rendimento familiar entre R$ 2.090,01 e R$ 4.180 e 27,5% recebem até R$ 2.090. O público com renda de R$ 4.180,01 à R$ 10.450 é de 26,7%.
É também por causa do celular que a maioria dos jogadores brasileiros são, na verdade, jogadoras. As mulheres representam 51% dos gamers no país. “Essa predominância se relaciona aos smartphones, plataforma com mais adeptos de jogos no Brasil e com volume ainda maior do público feminino (60,4%), mas também com as características gerais da população do Brasil”, salientou Guilherme Camargo, sócio do Sioux Group e professor na pós-graduação da ESPM, em comunicado à imprensa.

Em relação à etnia dos jogadores, a 9ª edição da pesquisa mostra que a maior parcela do público gamer se identifica como parda ou preta (49,4%, na soma), seguida por pessoas que se declaram brancas (46,6%). Já sobre a idade dos jogadores, pessoas de 20 a 24 anos são a maioria entre este público no Brasil, com 25,5%.
Neste ano, a PGB ouviu 13.051 pessoas no Brasil, em 26 estados e no Distrito Federal, entre os dias 11 de fevereiro e 07 de março de 2022.
Pandemia fez mais gente jogar e seguir comprando jogos e equipamentos no Brasil
Os brasileiros jogaram mais por causa dos períodos de isolamento social provocados pela pandemia em 2021 (41,7%) e tambem continuaram comprando jogos eletrônicos: 36% dos entrevistados afirmou ter adquirido até três títulos no último ano.
Entre o público que opta por não pagar por jogos, 40,2% apontam os valores elevados como principal motivo, mas a falta de acesso a serviços financeiros e opções de pagamento que não se restrinjam ao cartão de crédito também podem ter contribuído para esse comportamento. Segundo a PGB, 78,6% dos entrevistados têm cartão de crédito, 17% não têm e pouco mais de 4% preferiu não responder.
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E por mais que 24,6% dos jogadores tenham afirmado que não gastaram nada em equipamentos para jogos ao longo do último ano, há ainda parcela quase correlata (22,6%) que investiu, pelo menos, até R$ 499,99 em produtos gamers, e outro público considerável (19,9%) que gastou entre R$ 500 e R$1.250 em equipamentos para games.
Mais jogadores brasileiros também parecem estar familiarizados com novos conceitos envolvendo o mundo gamer: os eSports agora são conhecidos por 81,2% dos gamers no Brasil (crescimento de 32,8 pontos percentuais em comparação com a edição de 2021); 32,1% sabem o que são e possuem NFTs; e 63,8% afirmam saber o que é metaverso.