O Banco Central do Brasil deu início à terceira fase do open banking nessa sexta-feira (29), quando acontece a integração do ecossistema de compartilhamento de dados com o PIX. Na prática, isso significa que o usuário poderá fazer um pagamento ou uma transferência por PIX podendo utilizar outras plataformas além do banco em que possuí uma conta.
Nessa fase também começam a operar no ecossistema do open banking os iniciadores de pagamentos, empresas reguladas pelo Banco Centra que podem iniciar pagamentos e transferências para clientes.
Em julho, o BC anunciou a incorporação do serviço de iniciador de pagamentos ao PIX. Já o open banking permite que o cliente autorize que a conta dele seja associada a outros ambientes – outras empresas – , que poderão iniciar uma transação sem que necessariamente o usuário use o aplicativo da instituição financeira.
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Os iniciadores de pagamentos são empresas dedicadas a essa finalidade, que não ofertam contas correntes necessariamente e não têm acesso à conta bancária dos usuários. Para atuar como iniciador de pagamento, é preciso pedir autorização para o Banco Central – tanto bancos quanto empresas de tecnologia, por exemplo, podem ser iniciadores de pagamento, desde que autorizados pelo BC.
Com a entrada no ecossistema do open banking, os iniciadores de pagamentos poderão, mediante solicitação do cliente, executar uma ordem de transação. Assim, será possível, por exemplo, comprar algo no iFood e pagar com PIX sem precisar sair do app para colar o código QR Code no aplicativo do banco – isso, se o iFood obtiver a licença de iniciador de pagamentos PIX.
Em síntese, com a integração do PIX e dos iniciadores de pagamentos ao ecossistema do open banking, não será mais necessário entrar no app da instituição financeira para fazer transações PIX.
“Essa fase de iniciação de pagamento é boa para o consumidor porque ele poderá movimentar sua conta bancária (inicialmente via PIX) usando outras plataformas, não apenas seu banco. Isso aumenta a conveniência na hora do pagamento. E as próprias instituições financeiras e de pagamento ganham com essa mudança, uma vez que poderão consolidar todas as transações de seus clientes em uma única plataforma”, disse Thiago Alvarez, diretor de open banking do PicPay.
Alvarez, que também é conselheiro da implementação do open banking no Brasil, explicou que o processo de autorização, da parte de um cliente, para que um iniciador possa realizar um pagamento ou transferência é muito simples. “Quando o cliente quiser fazer uma iniciação de pagamento, ele será rapidamente direcionado para o aplicativo ou site do seu banco para se autenticar. Logo depois ele é redirecionado de volta para o iniciador de pagamento já com o pagamento confirmado”.
PIX e e-commerce
Brasileiros que pagam em sites e apps de e-commerce hoje pelo PIX precisam sair do app da loja, abrir o aplicativo da instituição financeira e fazer o processo de colar o link do QR Code, por exemplo. Tudo isso tem sete etapas.
Com o iniciador de pagamentos, o Banco Central quer reduzir a fricção e diminuir as etapas de pagamento para apenas três. Assim, será possível que a própria loja e-commerce seja uma iniciadora de pagamentos para completar a transação PIX dentro do app. Isso gera maior retenção para os lojistas e menos chances de o usuário desistir da transação no meio do processo. O lojista também poderá se associar a uma empresa iniciadora de pagamentos.
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Outras fases do open banking
O open banking começou a ser implementado pelo Banco Central em fevereiro desse ano. A primeira fase consistia no compartilhamento de dados das instituições participantes, por meio da integração das APIs das instituições. Foi a partir da segunda fase, iniciada em agosto, que os usuários finais passaram a sentir mais o impacto do open banking, podendo compartilhar seus dados com outras instituições e fintechs em busca de serviços e ofertas melhores.
Na fase três, todas as instituições que operam contas de depósitos, de poupança ou de pagamento pré-paga, e todas as instituições autorizadas a operar como iniciadores de pagamento aderem compulsoriamente ao open banking.
Essa etapa, como já havia acontecido com a fase dois, acontecerá em ciclos com limites de valores por transação e de horários. Pelo cronograma do BC, as transações por PIX estarão liberadas para todos os usuários, em qualquer horário e sem limites de valor apenas a partir de fevereiro de 2022.
A quarta fase do open banking está prevista para iniciar dia 15 de dezembro, com troca de informações entre as instituições sobre produtos financeiros como câmbio, investimentos, previdência e seguros.
