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Com nova de licença de corretora de câmbio, Transferwise quer ampliar serviços oferecidos no Brasil

A autorização também irá diminuir custos e tornar os serviços da empresa ainda mais competitivos

Foto: Divulgação
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  • A prioridade da TransferWise é oferecer transferências internacionais entre contas de pessoa jurídica, com foco, principalmente, em pequenas e médias empresas, incluindo aquelas que realizam operações de importação e exportação;
  • A empresa estima que isso deve ocorrer até o fim deste ano.

A TransferWise, empresa de tecnologia financeira especializada em transferência de dinheiro entre países, acaba de anunciar que recebeu a aprovação do Banco Central para funcionar como uma corretora de câmbio no Brasil. Com a licença, a TransferWise trabalha na integração de sistemas que vai permitir que reporte suas transações cambiais diretamente para o Banco Central do Brasil. Com isso, a empresa pretende não só diminuir custos, mas também ampliar seu portfólio de serviços no país.

Com a pandemia uma parte dessa integração que exige, inclusive, uma visita física do BC à empresa, deve demorar um pouco. Mas uma vez que essa integração esteja finalizada e de acordo com as regras brasileiras, a prioridade da TransferWise é oferecer transferências internacionais entre contas de pessoa jurídica, com foco, principalmente, em pequenas e médias empresas, incluindo aquelas que realizam operações de importação e exportação. A empresa estima que isso deve ocorrer até o fim deste ano.

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Hoje, a média do custo de envio pela TransferWise é 1,5% por transferência e, sem a necessidade de usar bancos parceiros em suas operações de câmbio, a empresa quer aproximar o valor no Brasil da sua média global, que é atualmente de 0,74%. “Atualmente, enviar dinheiro com a TransferWise no Brasil já é 3 vezes mais barato do que com instituições financeiras tradicionais. Com a licença de corretora de câmbio, esperamos reduzir ainda mais nossas taxas, otimizando custos e oferecendo uma experiência ainda melhor para os nossos clientes”, disse Diana Ávila, líder da TransferWise na América Latina, em release distribuído à imprensa.

Em entrevista ao LABS em março, a general manager da TransferWise no Brasil, Heloísa Sirotá, disse que o Real está sempre entre as top 5 moedas mais transacionadas pela fintech – o que indica também que o país é um dos principais mercados da empresa. 

Num futuro próximo, a empresa também quer para o Brasil trazer um serviço que já oferece no Reino Unido desde 2018: contas globais, com saldo em dólar, euro e outras moedas estrangeiras.

A conta global da TransferWise permite que o cliente envie dinheiro para si mesmo de forma mais barata (como se fosse uma remessa, em que o IOF incidente, por exemplo, é de 1.1% contra os 6.38% de uma operação no cartão de crédito) e receba dinheiro, mesmo que em outras moedas, sem gastar nada. Isso é possível por meio de um cartão de débito vinculado a esta conta e que, a cada transação, leva em conta a cotação do dólar comercial.

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Diferentemente da operação com o cartão de crédito, na qual os valores gastos em outras moedas são convertidos na data da compra ou na data de pagamento da fatura e são acrescidos de todas as taxas de conversão, no cartão de débito da TransferWise não há nenhuma taxa de conversão de moeda.

*Essa matéria foi alterada no dia 9 de junho para esclarecer que o processo de integração dos sistemas da startup com o BC ainda está em andamento e que, portanto, a empresa ainda passará por alguns passos burocráticos para, efetivamente, poder oferecer os novos serviços.