Nomad, “o banco em dólar dos brasileiros”, capta US$ 32 milhões com Stripes

Fintech oferece solução completa para criação de conta bancária nos Estados Unidos, investimentos, compras internacionais e outras transações em dólar

Nomad fintech conta em dólar aporte R$ 100 milhões
Os nomes por trás da Nomad: Patrick Sigrist (co-fundador), Lucas Vargas (sócio e CEO) e Eduardo Haber (co-fundador). Foto: Divulgação
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A Nomad, fintech que permite aos brasileiros abrir conta em banco nos Estados Unidos de forma totalmente digital, anunciou uma Série B de US$ 32 milhões (cerca de R$ 160 milhões), em rodada liderada pelo fundo de venture capital Stripes e acompanhado por monashees, Spark Capital, Propel, Globo Ventures e Abstract. Com menos de dois anos de operação, a fintech já captou mais de R$ 300 milhões

Fundada em 2019 por Patrick Sigrist (fundador do iFood), Marcos Nader e Eduardo Haber, a Nomad se apresenta como a fintech para os brasileiros que querem ter uma vida em dólar. “A Nomad foi criada para democratizar o acesso financeiro global para todo brasileiro”, disse Sigrist. 

Na prática, a empresa possibilita a criação de uma conta bancária norte-americana garantida em até US$ 250 mil pelo FDIC. Além disso, pelo app, o usuário consegue fazer compras internacionais, transferências, pagamentos de contas, envio de remessas, investimentos em mercados globais, entre outras transações. 

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De acordo com a fintech, um de seus diferenciais é a economia de aproximadamente 10% em transações comuns em comparação com o uso de cartões de crédito internacionais nos EUA: enquanto com um cartão de crédito de um banco brasileiro o spread cambial fica entre 4% e 7% e o IOF em 6,38%, com o cartão da Nomad, afirma a empresa, o spread sobre o dólar comercial é de, no máximo, 2% e o IOF para a remessa de dólar é de apenas 1,1%.

Além das soluções de banking, a fintech oferece também uma espécie de curadoria em investimentos internacionais, sugerindo combinações de ativos para cada perfil de risco e carteiras temáticas, como criptomoedas ou ESG, por exemplo. 

A Nomad já conta com uma base de 300 mil clientes e planeja chegar a 1 milhão até o fim de 2022. Lucas Vargas, o CEO da fintech, explicou que essa projeção era para o final de 2023, mas foi adiantada diante do bom desempenho da operação. “Essa segurança oferecida pela conta da Nomad caiu nas graças dos brasileiros. Além disso, na luta contra a fragilidade da moeda brasileira – que tem estado ainda mais volátil nos últimos meses – os brasileiros encontraram uma solução digital segura, simples e inédita”, disse Vargas. 

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Segundo Sigrist, os resultados alcançados nos últimos meses corroboraram a tese e a proposta de valor da fintech. ”Sabíamos do potencial que teríamos ao oferecermos a primeira conta internacional em dólar para brasileiros, mas fomos surpreendidos positivamente com um enorme crescimento, o que nos obrigou a levantarmos mais recursos para continuarmos melhorando nossa proposta de valor”.

O capital recém levantado será investido em tecnologia, com atenção especial à plataforma de investimentos da fintech, que recentemente passou a permitir a compra individual de ações e EFTs (índices) no exterior. A Nomad também planeja lançar novos produtos e investir em novos canais de marketing e na ampliação da equipe, hoje formada por 250 colaboradores. 

Para Michael Vaughan, operating partner da Stripes, que liderou a rodada, a Nomad atende dois requisitos básicos do fundo: promove acesso financeiro por meio de uma experiência A+ do usuário. “Seja gastando, economizando ou investindo, a plataforma multi-produtos da Nomad permite que qualquer brasileiro construa uma vida financeira fora do Brasil. É um banco brasileiro sem fronteiras”.