- Organizações internacionais de transporte aéreo e serviços postais pedem aos governos que apoiem o movimento de cargas durante a crise da COVID-19;
- Correios dizem que tanto os embarques quanto as importações internacionais foram afetados e não garante as datas de entrega;
- O presidente da ABComm diz que os danos ao consumidor são limitados a prazos de entrega prolongados, problema que está sendo informado pelo comércio.
A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) e a Universal Postal Union (UPU) alertaram que a capacidade aérea de serviços postais é insuficiente e instaram os governos a fazer mais para apoiar o movimento aéreo de carga durante a crise do COVID-19.
Devido à drástica redução de 95% nos vôos de passageiros, que normalmente são usados para transportar remessas por correio, e um aumento de 25% a 30% na demanda por e-commerce, à medida que clientes e empresas recorrem à compra on-line em resposta a restrições de distanciamento social, os serviços postais enfrentam um desafio no envio e entrega de correio internacional, em particular correio intercontinental.
No Brasil, os Correios divulgaram uma nota dizendo que “em decorrência das medidas contra o Coronavírus (COVID – 19) em vários países, não há como garantir o cumprimento do prazo de entrega dos envios internacionais. Estão prejudicados tanto o encaminhamento como a distribuição pela diminuição ou mesmo falta de voos, diminuição da quantidade de empregados alocados nas atividades de distribuição de objetos postais e até mesmo suspensão da entrega. Com relação as importações, em alguns casos a carga está com encaminhamento comprometido desde a origem, e está sendo mantido o contato com os correios do exterior para otimizar os envios.”
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Segundo Mauricio Salvador, presidente da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), houve reclamações sobre a distribuição de encomendas no país. “De forma geral, os Correios aumentaram o prazo de entrega. Tem algumas rotas de 5 dias que estão em 3 semanas para o PAC, e o SEDEX dobrou o prazo, o que antes era 2 dias, chega a 4 dias. Até certo ponto tudo bem, porque as próprias transportadoras precisam de mais prazo de entrega. As pessoas estão até evitando usar o PAC. Mas isso não está sendo um problema para o consumidor porque as lojas tem divulgado muito claramente o prazo de entrega. Se o prazo é longo, elas estão colocando isso para o consumidor”.
Os Correios também publicaram uma lista de países para onde as remessas estão temporariamente suspensas a partir de suas agências no Brasil. As importações desses locais ainda estão ocorrendo, mas podem ser atrasadas ou comprometidas.
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A IATA e a UPU estão pedindo aos governos que flexibilizem regras para que as companhias aéreas possam atender a essa demanda crítica, removendo bloqueios de fronteira para garantir a continuidade dos fluxos comerciais, evitando regulamentações desnecessárias e acelerando a emissão de licenças para voos fretados.
As organizações também estão trabalhando para apoiar o uso de voos de carga, além de voos de passageiros, fornecendo informações sobre status das companhias aéreas e transportadoras, novas rotas alternativas e melhores práticas.
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“As companhias aéreas foram obrigadas a cortar o serviço de passageiros para impedir a expansão de COVID-19. Portanto, é vital que tudo seja feito para apoiar o transporte de carga postal, que é um serviço importante para a sociedade ”, disse Alexandre de Juniac, CEO da IATA.
“Os correios são parceiros de confiança para a entrega de mercadorias, suprimentos médicos vitais e informações sobre a pandemia. Com o
cancelamento de mais de 4,5 milhões de voos de passageiros, que é o principal meio de transporte de carga postal, a capacidade se tornou escassa, dispendiosa, com entrega demorada. É preciso agir rapidamente para solucionar o déficit na capacidade de carga aérea e manter as mercadorias em movimento”, disse o diretor geral da UPU, Bishar A. Hussein.
Os governos do G20, em suas recentes reuniões de emergência, se comprometeram a “minimizar as paralisações no comércio e nas cadeias de suprimentos globais e identificaram a necessidade de manter as redes de logística aérea abertas, operando de maneira eficiente. Os correios e as companhias aéreas trabalham juntos para atender a essa prioridade, garantindo operações confiáveis durante toda a pandemia.