Turismo

Coronavirus: Expedia corta 3 mil postos e Booking prevê de 3% a 7% de perda em receita

Também nesta semana, a concorrente direta Expedia anunciou o corte de 3 mil postos de trabalho

28.fev.2020 17:41
ATUALIZADO EM 17:58

A Booking também falou em contenção de custos, mas não disse como fará isso;
Além do foco em corte de custos, as duas empresas, donas de uma série de plataformas para públicos diferentes, também falam escolher melhor seus projetos.

Nesta semana, dois grandes grupos do setor de viagens anunciaram reestruturações e reduções de custos. Os anúncios aconteceram não só em razão da competição crescente no setor, mas por causa da epidemia do coronavirus, que, segundo dados da OMS desta sexta-feira (28), já atinge 47 países além da China.

No último dia 25, o Grupo Expedia, um dos maiores do mundo na área de turismo, com um portfólio de marcas que reúne desde a sua plataforma homônima Expedia até empresas como Hotels.com, Egencia, trivago, Vrbo e HomeAway, anunciou que cortará 3 mil postos de trabalho, o equivalente a 12% da sua força de trabalho.

Segundo o Financial Times, a empresa disse em um email para a equipe que “reduzirá e eliminará certos projetos, atividades, equipes e funções para otimizar e focar nossa organização”.

A reestruturação ocorre após uma batalha entre o ex-diretor executivo Mark Okerstrom e o diretor financeiro Alan Pickerill e seu antigo presidente e acionista Barry Diller sobre a estratégia da empresa.

De acordo com o FT, à época, Diller disse que Okerstrom havia levado a empresa a uma perda de foco. Na teleconferência de resultados deste mês, Diller acrescentou que a Expedia havia se tornado “esclerótica e inchada”. “Estamos parando de fazer coisas idiotas e começando a fazer o que achamos ser bom”, disse ele.

A Expedia espera que a epidemia do coronavirus resulte em perdas entre US$ 30 milhões e US$ 40 milhões.

Outro gigante do turismo, a Booking, holding que reúne marcas como Booking.com e Kayak, anunciou na último dia 26 que espera uma queda de 5% a 10% nas reservas no primeiro trimestre, de 10% a 15% nas reservas brutas de viagens e uma queda de 3% a 7% na receita. As informações são do site Skift.

A empresa disse que o impacto mais significativo ocorre na China, seguida pela região Ásia-Pacífico. Também houve uma leva queda nas reservas europeias após a entrada do vírus na Itália e o crescimento de casos (888 confirmados até esta sexta-feira, 28).

Em teleconferência com analistas, o CEO da Booking Holdings, Glenn Fogel, disse que a companhia também irá fazer contenção de custos, mas, diferentemente da Expedia, não indicou como a companhia faria exatamente isso.

Também foi mencionado que a empresa buscará uma sinergia maior entre as plataformas que possui, mas não foi esclarecido exatamente como. Hoje, os diferentes canais da Booking operam independentemente.